Declarando-se fervoroso evangélico, em nome da igreja para a qual se convertera, o ator famoso e querido atribuía a Deus a sua cura de um grave problema cardíaco. Mas morreu aos 45 anos, de pneumonia. Deus lhe concedera mais alguns anos de vida.
Declarando-se fervorosa católica, fé que voltou a praticar quando soube da sua leucemia, a prefeita viveu mais três anos proclamando que Deus a curara e morreu da leucemia que voltara. Deus lhe concedera mais três anos de vida.
Proclamando-se sem fé, o jubilado escritor declarou-se curado de câncer e voltou à sua atividade de sempre, cheio de otimismo e agradecido à vida que, segundo ele, no seu caso, fora mais forte. Morreu um ano e onze meses depois do câncer que voltara. O Deus em quem ele não acreditava lhe dera mais dois anos de vida.
Proclamando sua fé em Deus a israelita, mãe de três filhos, um deles com Síndrome de Down, curou-se de maneira miraculosa de um câncer no fígado e viveu quase vinte anos sem nenhum retorno da enfermidade. Foi grata a Deus que a deixou viver até os setenta anos para deixar os filhos com alguma segurança de futuro.
Qual a diferença entre os quatro? Só Deus sabe.
Expressaram suas convicções e delas viveram. “Foi Deus, não foi Deus, talvez tenha sido. Foi milagre de Deus, foi chance embutida na vida” ... A Igreja Católica ensina que, sim, Deus intervém, mas a intervenção, a mudança de curso ou de rumo vem dele. Da nossa parte cabe corresponder. Um milagre não deixa de ser milagre porque duvidamos que seja, nem um fato se torna milagre porque dizemos que é. Uma semana de vida a mais pode ser um milagre, mesmo que não o peçamos. E não se mede um milagre pelo pronto atendimento de Deus ou pelo prazo de validade.
Há curas que duram mais tempo e há outras que significam mais uma chance de a pessoa crescer e realizar a sua missão. Só Deus sabe se foi milagre. Mas a nós cabe o direito e até o dever de expressar a nossa convicção de seres humanos que somos.
Proclamemos a nossa fé no Deus que cura os religiosos de todas as igrejas e também os ateus, cura quem o invoca e quem não o invoca, quem agradece e quem não reconhece. Seu amor já é um milagre, eterno porque terno! Não há milagre mais bonito do que o da paz e da ternura num coração agradecido pelo dom da vida!
Pe Zezinho scj
25 de janeiro de 2008
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