25 de fevereiro de 2008

Da Quaresma ao Advento

Não é assim que se chama o tempo do advento, mas ele na verdade é uma quaresma. Dura cerca de quarenta dias e tem a finalidade de ensinar a virtude da esperança. Se a quaresma da paixão lembra com esperança o Cristo que morreu por nós, a do advento lembra o que Cristo que virá. Nestes aproximadamente quarenta dias de advento, a Igreja celebra um longo período de espera pelo Messias que vai nascer.

Da mesma forma que na quaresma da dor a Igreja fez um longo período de espera pelo Messias que sofreu, morreu e ressuscitou, os quarenta dias do advento têm a ver com vitória sobre a opressão e com o encontro do nosso destino, e da nossa liberdade de filhos de Deus. São dias de esperança. Ele virá!

Advenire significa chegar. Advento é a espera da chegada daquele que vai nascer. Por isso, durante cerca de quarenta dias, a Igreja se prepara em oração para a festa do nascimento de Jesus. Mais tarde, alguns meses depois, a sua liturgia vai fazer quarenta dias de preparação, para o Cristo que vai sofrer, morrer e vai ressuscitar. São dois tipos de nascimentos: um para a vida, outro a vida eterna e para a vitória sobre a dor e sobre a morte.

A Igreja usa a cor roxa no advento e na quaresma exatamente para significar que não são períodos de festas intensas e sim de concentração, na esperança de vitória. É um exercício de ascese sobre a dor e a decepção humana, sobre a depressão, sobre o pecado e sobre o sofrimento. Tudo tem resposta, Jesus vai nascer. Tudo tem resposta, Jesus vai morrer, mas vai ressuscitar. E nós, relembrando isso dizemos a nós mesmos: por pior que esteja a situação, vai haver um Natal em algum lugar. Vai haver uma ressurreição de algum modo. Somos otimistas por questão de fé. Por isso festejamos o Natal e também a ressurreição.

Para nós a sexta-feira santa é uma passagem, mas não é o essencial da fé cristã. Essencial, é que o crucificado e sepultado ressuscitou. Outra vez São Paulo nos diz: “Se não acreditássemos que Ele ressuscitou, estaríamos tendo uma fé vazia e seríamos os mais dignos de lástima entre todos os mortais, porque estaríamos acreditando numa lorota”.(1 Co 15,12-19).

Pe. Zezinho scj