Algumas igrejas praticam a Eucaristia todos os dias. Outras, em alguns momentos da jornada. Todas merecem respeito. Não é a quantidade de vezes, mas a intensidade com que a vivemos que torna aquela mesa um lugar de solidariedade e de libertação.
Ceia ou refeição é experiência fundamental em família. A família que tem o ritual de se alimentar junta, tem muito mais chance de se entrosar melhor. Quando a refeições são pouco partilhadas, e comidas às pressas ou por entre gritos, as ceias se tornam conflitantes. Quando os alimentos são tomados por entre beijos, abraços e risos, a digestão é melhor e vale a pena estar juntos.
A expressão comensal é usada para alguém aquele que senta à mesa junto conosco. Entre muitos povos isto era sagrado. Hospedar alguém e dar-lhe de comer era ponto de honra. Agradava a Deus. Jesus mesmo utiliza parábolas que falam de refeição e de comer à mesa. Um dos gestos supremos de Jesus – como prova da sua presença continuada neste mundo – foi a última ceia.
Ele disse “Desejei ardentemente comer esta ceia, partilhar desta refeição com vocês, e será a última que eu como até a grande ceia no Reino dos Céus”. Ali, partiu o pão e deu aos discípulos e distribuiu vinho e disse “Tomem e comam, Tomem e bebam, porque isto é meu corpo e isto é meu sangue”. É como se Ele dissesse “Todas às vezes que tiverem saudades de mim, façam isso: partilhem o pão e o vinho. E neste gesto de quem partilha, vocês descobrirão um novo maná. Eu estarei presente entre vocês”.
Jesus transformou o sinal da refeição fraterna, num gesto sobrenatural, que torna as pessoas uma só família, irmãos partilhando os seus alimentos, e compartilhando o pão. Ele estaria presente sob as espécies de pão e de vinho, e manifestaria sua graça a todo aquele que viesse aprender a partilhar e partir numa ceia.
Por isso, para nós, a ceia chamada de eucaristia no sacramento, é sinal de Deus. Nós cremos que não é só teatro. Deus que tudo pode, envia seu Filho outra vez e nós oferecemos a Deus o seu Filho. E tanto é verdade, que a missa é toda dirigida ao Pai, pelos cristãos que oferecem a Ele o seu Filho, e em nome do seu Filho falam ao Pai. O Pai em nome de seu Filho, concede.
É fundamental entender que a missa não é dirigida a Jesus: ela é dirigida ao Criador e oferece de novo ao Criador o Filho que um dia ele nos deu, porque nós cremos no que aconteceu na última ceia. A missa é um gesto belíssimo, e nós católicos derivamos as nossas forças desses encontros ao redor da mesa sagrada. Porque cremos no pão do céu, é ele que nos incentiva a distribuir o pão da Terra.
Quem vai à missa e, depois, não luta pela justiça no seu país, praticamente não foi à missa, ou não a entendeu. Não acaba tudo naquela hora. Tanto é verdade que a ultima saudação é Ide em Paz, e o Senhor vos acompanhe. Em latim se dizia: Ite Missa est. A cerimônia acabou, mas o envio do missionário começa agora!
Pe. Zezinho scj
8 de abril de 2008
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Um comentário:
Padre, por favor, publique a materia que escreveu sobre o corpo, na revista Brasil Cristão.
diana
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