7 de setembro de 2007

Tumores e embriões

O que está se formando dentro daquela mulher não é um tumor: é um embrião, não é um carcinoma, é um feto. Mais do que isso: o que se forma naquele útero não é apenas um embrião ou apenas feto, é filho embrião, filho feto. Não existe embrião ou feto que já não seja filho.

Quando, pois, alguém vota em favor do seu fim, votou em favor do fim de um filho. Não é um tumor, um excesso a ser expelido. É um filho já concebido. Ainda não cresceu o suficiente para viver fora da mãe, mas aquela mulher já é mãe. Mulheres não se tornam mães apenas na hora do parto. Nem um filho se torna filho apenas na hora do primeiro choro. E quem forneceu o espermatozóide para fecundar aquele óvulo já é pai, porque seu espermatozóide ao encontrar aquele óvulo por causa daquele encontro agora faz parte de um pequeníssimo novo ser em gestação. O espermatozóide o óvulo lhes pertenciam, mas o novo ser não lhes pertence. Se não sair de maneira natural não pode ser extraído. Ninguém é dono da vida do outro e aquele ser já é um outro que de ambos veio.

Por isso rejeitamos a idéia e a prática do aborto. É a morte de um ser humano em formação. Podemos até matar botões de rosa, mas não o botão de um ser humano que, diferente do botão de rosa, não está fora, está dentro da mãe.

O verbo é extrair. No caso do embrião ou do feto vivo extrair é impedir que ele se desenvolva e impedir que ele se desenvolva é matar. Neste país a ninguém é permitido matar um ser humano. Até quem mata ou maltrata um animal, a depender da circunstância, se pune com meses de cadeia. A punição é mais pesada quanto mais raro o animal destruído.

Agora, alguns brasileiros pressionam por uma lei que declare que o embrião ou o feto ainda não é um ser humano, mesmo que já tenha um coração. Querem que o governo e o congresso decidam que não é crime tratar um filho embrião ou filho feto como se fosse um carcinoma. Chegou na hora errada, já está incomodando e vai atrapalhar a vida do casal que não tinha planos para mais este ser humano na sua casa. Querem cortar o inconveniente pela raiz. Querem o direito de se amar como quiserem, gerar quando quiserem e se gerarem sem querer, querem o direito de não ter que dar o seu filho à luz . Querem pois que o Estado autorize um médico e matar o seu fruto ainda não dado à luz. Para muitos, era melhor não ter que fazê-lo, mas ter o filho seria pior.

Então decidem que não é filho: é só um feto.

Pe. Zezinho scj - padrezezinhoscj.com

Nenhum comentário: