Scotus Erigena dizia que Deus é o super ser, o super existente. Afirmava que até a palavra “ser” era insuficiente para Deus. No seu entender, Deus é mais do que um “ser”. Em outras palavras, o substantivo “ser” ainda não o exemplifica. Da mesma forma que o ser do homem não pode ser comparado ao ser do animal, porque está acima do ser do animal; e o ser do animal não se compara ao ser da pedra, porque está muito acima do ser da pedra, assim, o conceito do ser de Deus está infinitamente acima de qualquer ser.
Por isso, Javé, aquele que é quem é, é um termo filosófico que pretende lembrar que Deus é o único que é. Nós derivamos. Nosso ser é limitado. Viemos depois e nunca seremos como Ele é.
O verbo “é” aplica-se com toda a propriedade a Deus: Revela seu infinito. No nosso caso, o verbo “é” revela o nosso limite. Somos porque viemos daquele que é. Ele sempre “é”. Nós, um dia, começamos a ser. Viemos infinitamente depois. Por isso, quando Deus diz “eu sou”, não tem que explicar-se. Quando eu digo “eu sou”, tenho que explicar-me. É que não sou exatamente quem digo que sou.
Padre Zezinho scj
18 de julho de 2009
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