Há pessoas incapazes de desagradar a quem quer que seja. Por mais que pareça virtude, nem sempre o é. Concordar com um traficante ou com um frio assassino que o que ele faz é bom para a sociedade pode nos manter com vida e até agradar o bandido, mas não é cristão. Jesus deixa isso claro quando propõe aos discípulos que a fala deles na hora do sim seja sim e na hora do não seja não. E insiste que o que não for verdadeiro será do maligno. Quem aplaude um crime para agradar o assassino trai o dono da vida que ele tirou.
Por isso, a Igreja não pode ter medo de desagradar. Se tem que defender o feto ou alguém incapaz de se cuidar, ela o fará, a menos que pretenda trair o evangelho. O pregador que teme perder ouvintes, ou o cantor religioso que tem medo de ouvir vaias ou de ver alguns dos presentes irem embora por algum canto mais político ou mais questionador; por falar contra o aborto e alertar contra a mentalidade fácil pró-divórcio em certa mídia; se tiver medo de denunciar injustiças, terá aplausos, mas não estará pregando evangelho. Será passador de pomada ou distribuidor de sobremesa, mas não de alimento espiritual.
Pregador religioso deve ser gentil e delicado ao falar, mas se tiver que dar uma de Cristo, João Batista e João Crisóstomo diante de flagrantes injustiças, não terá escolha. Aconteceu com muitos papas, inúmeros bispos aqui no Brasil, e vai acontecer sempre, quando o tema é vida e alguém quer uma lei que permita extingui-la antes que passe da 7ª ou 14ª semana de gestação. Se o pregador se calar, por achar o assunto inoportuno naquele banquete, pecará por omissão. Se estavam levantando fundos para uma creche ou para um pronto –socorro infantil, aquela era, sim, uma hora excelente para falar, diante de deputados e chefes de partido, por cujas mãos acabam passando leis que permitem o aborto.
Pedir o direito de subir a um púlpito e ali falar apenas o que agrada é o mesmo que celebrar uma missa e mudar o evangelho daquele domingo, porque o prefeito poderia não gostar do assunto. Pensam que estou inventando? Aconteceu e quem me contou foi o bispo da região, decepcionado com o partidarismo do seu pároco, capaz de contrariar a Igreja, mas não o Partido do seu coração...
Pe Zezinho scj
1 de dezembro de 2007
26 de novembro de 2007
Só no mundo
Chamava-se Cristina e tinha 23 anos e uma história de marejar os olhos. Família de onze irmãos. Das treze pessoas sobraram ela e dois irmãos, um dos quais não via há cinco anos. O pai fora morar com outra depois de encher a mãe de filhos. Fez mais três na outra matriz. Morreu aos 50 anos de cirrose hepática, a mãe morreu de complicações no pulmão.
Um por um os irmãos foram morrendo: Numa só noite dois irmãos foram esfaqueados; quatro deles em três anos por atropelamento, overdose, ataque epiléptico e doença que ela nem sabia dizer qual. Para resumir: ela e o Cristiano só tinham um ao outro. Ele com dezesseis anos, dependente dela. Queria uma ajuda porque Cristiano andava mexendo com maconha e ela não podia perdê-lo. O rapaz deu de não mais estudar nem trabalhar.
O dinheiro do aluguel mal dava para se manterem. Uma escola mudaria o Cristiano. Fiquei olhando aqueles olhos tristes e vermelhos de chorar, pelo único irmão que lhe sobrara. Indiquei um grupo católico que ajudava rapazes drogados. Conseguimos internação. Ontem fiquei sabendo que há 6 meses o rapaz morreu afogado em Santos.
Sobrou a Cristina. Veio me ver. Está envelhecida aos 27 anos.
Só no mundo e literalmente só.
Pediu licença e fez-me uma pergunta:
- Deus quis tudo isso, padre?
Se eu fosse da linha fundamentalista, iria citar umas 20 frases da Bíblia, para dizer que Deus sabe o que faz e que isso tudo foi para o bem. Como minha fé não tem resposta para tudo , respondi:- Gostaria de saber porquê, mas não sei. Gente como você Cristina, faz a gente repensar o conceito de vida e de Deus. Agora você sofre. Daqui a 15 anos teremos outras respostas. E quem sabe você estará me explicando a dor da cruz.
Apertou-me, abraçou-me e disse:
- Não lhe contei. Estou namorando e vamos nos casar no fim do ano. Reze por nós.
E eu...- Olha aí uma resposta!
Pe Zezinho scj
Um por um os irmãos foram morrendo: Numa só noite dois irmãos foram esfaqueados; quatro deles em três anos por atropelamento, overdose, ataque epiléptico e doença que ela nem sabia dizer qual. Para resumir: ela e o Cristiano só tinham um ao outro. Ele com dezesseis anos, dependente dela. Queria uma ajuda porque Cristiano andava mexendo com maconha e ela não podia perdê-lo. O rapaz deu de não mais estudar nem trabalhar.
O dinheiro do aluguel mal dava para se manterem. Uma escola mudaria o Cristiano. Fiquei olhando aqueles olhos tristes e vermelhos de chorar, pelo único irmão que lhe sobrara. Indiquei um grupo católico que ajudava rapazes drogados. Conseguimos internação. Ontem fiquei sabendo que há 6 meses o rapaz morreu afogado em Santos.
Sobrou a Cristina. Veio me ver. Está envelhecida aos 27 anos.
Só no mundo e literalmente só.
Pediu licença e fez-me uma pergunta:
- Deus quis tudo isso, padre?
Se eu fosse da linha fundamentalista, iria citar umas 20 frases da Bíblia, para dizer que Deus sabe o que faz e que isso tudo foi para o bem. Como minha fé não tem resposta para tudo , respondi:- Gostaria de saber porquê, mas não sei. Gente como você Cristina, faz a gente repensar o conceito de vida e de Deus. Agora você sofre. Daqui a 15 anos teremos outras respostas. E quem sabe você estará me explicando a dor da cruz.
Apertou-me, abraçou-me e disse:
- Não lhe contei. Estou namorando e vamos nos casar no fim do ano. Reze por nós.
E eu...- Olha aí uma resposta!
Pe Zezinho scj
22 de novembro de 2007
Realistas e idealistas
O realista se proclama alguém capaz de administrar os fatos como eles são e não como poderiam ou deveriam ser. O idealista acha que as coisas podem voltar a ser o que eram, ou vir a ser o que poderiam ser. Um e outro têm os seus limites. O realista pode acabar fazendo mais concessões do que deveria fazer e o idealista pode não perceber que seu tempo passou, ou não virá nunca, pelo menos não daquele jeito.
Nem todo o idealista é um inconformado e nem todo o realista é um conformado. Não são adjetivos que devam andar juntos. Pode-se ser idealista e, ao mesmo tempo conformar-se com alguns fatos e situações, por questão de convivência. Se não fizer isso, a pessoa pode acabar na intolerância e na ditadura. Pode-se ser realista e administrar agora, por enquanto uma situação incomoda, até que se possa por em prática o sonho que teve que esperar. Políticos, e religiosos que sonham algo para seu povo podem assumir uma das duas posturas. Não fazer nenhuma concessão, fazer concessões demais. Quando achamos que as coisas têm que ser como as sonhamos, corremos o risco de nos acharmos maiores do que o nosso sonho. Quando tudo tem de acontecer como sonhamos, então o que conta não é o projeto, mas nossa vontade e a nossa vitória. Arquiteto que não faz mudanças nos alicerces do seu projeto quando o terreno se revelou mais insidioso do que parecia corre o risco de não terminar o que projetou. Piloto que não corrige ou não muda substancialmente a rota, quando a tempestade se revelou mais forte do que se supunha pode por em perigo as vidas que tem sob sua responsabilidade.
Há idealistas que se gabam de não fazer concessões, Parecem puros , mas não são.. Traçaram a rota e fiam fiéis a ela, aconteça o que acontecer. Parece bonito e heróico, mas é irresponsável. Imagine o piloto que descobre que pode cair no olho de um furacão e espera que o furacão saia do seu caminho ao invés de ele sair do caminho do furacão. Os dois estão de vento varrido, mas o idealista puro que nunca faz concessões é o mais perigoso. Todo mundo já sabe o que o furacão pode causar. Furacões nunca são bonitos e simpáticos. Certos idealistas radicais encantam. Até o dia em que rompem conosco, porque não foi possível fazer as coisas como eles queriam. Em nome do princípio da fidelidade a si mesmos e aos seus projetos são capazes de romper amizades de muitos anos. Não conseguem ser amigos de quem não fez o que eles queriam que fosse feito. Postes não se dobram e não se vergam. É por isso que são postes. Árvores choram, balançam, curvam-se e perdem os frutos, mas se renovam. É por isso que são árvores.
Pe Zezinho scj
Nem todo o idealista é um inconformado e nem todo o realista é um conformado. Não são adjetivos que devam andar juntos. Pode-se ser idealista e, ao mesmo tempo conformar-se com alguns fatos e situações, por questão de convivência. Se não fizer isso, a pessoa pode acabar na intolerância e na ditadura. Pode-se ser realista e administrar agora, por enquanto uma situação incomoda, até que se possa por em prática o sonho que teve que esperar. Políticos, e religiosos que sonham algo para seu povo podem assumir uma das duas posturas. Não fazer nenhuma concessão, fazer concessões demais. Quando achamos que as coisas têm que ser como as sonhamos, corremos o risco de nos acharmos maiores do que o nosso sonho. Quando tudo tem de acontecer como sonhamos, então o que conta não é o projeto, mas nossa vontade e a nossa vitória. Arquiteto que não faz mudanças nos alicerces do seu projeto quando o terreno se revelou mais insidioso do que parecia corre o risco de não terminar o que projetou. Piloto que não corrige ou não muda substancialmente a rota, quando a tempestade se revelou mais forte do que se supunha pode por em perigo as vidas que tem sob sua responsabilidade.
Há idealistas que se gabam de não fazer concessões, Parecem puros , mas não são.. Traçaram a rota e fiam fiéis a ela, aconteça o que acontecer. Parece bonito e heróico, mas é irresponsável. Imagine o piloto que descobre que pode cair no olho de um furacão e espera que o furacão saia do seu caminho ao invés de ele sair do caminho do furacão. Os dois estão de vento varrido, mas o idealista puro que nunca faz concessões é o mais perigoso. Todo mundo já sabe o que o furacão pode causar. Furacões nunca são bonitos e simpáticos. Certos idealistas radicais encantam. Até o dia em que rompem conosco, porque não foi possível fazer as coisas como eles queriam. Em nome do princípio da fidelidade a si mesmos e aos seus projetos são capazes de romper amizades de muitos anos. Não conseguem ser amigos de quem não fez o que eles queriam que fosse feito. Postes não se dobram e não se vergam. É por isso que são postes. Árvores choram, balançam, curvam-se e perdem os frutos, mas se renovam. É por isso que são árvores.
Pe Zezinho scj
7 de novembro de 2007
Crentes e católicos
Sou crente católico. Quando um fiel diz isso por varias razões e faz a sua lista , talvez ouvirá um evangélico dizer que é crente evangélico por isso , mais isso mais aquilo. O erro está naquele que acrescenta : “Portanto , sou mais cristão, sou melhor filho , estou mais salvo e sou mais fiel do que você . Estabelecer identidade é uma coisa , agredir o outro. é outra. Não preciso apagar a estrela do outro para mostrar a grandeza da minha. Não preciso xingar nem diminuir a mãe do meu amigo ou vizinho só porque acho a minha mais bonita e mais serena. E não preciso trocar de mãe se já tenho uma e me dou bem com ela . Nem que não me desse bem , ainda assim teria que aprender a viver com minha mãe .A questão da identidade tem a ver com a fé no Espirito que nos inspira . Não nascemos em vão da mãe que temos e não fomos chamados a viver esta fé por acaso . Temos raízes e podemos frutificar na nossa própria igreja . Para ser santo não é preciso mudar de igreja . O que é preciso é mudar de vida e saber quem somos, o que Deus espera de nós e o que podemos dar a Deus nesse caminho e nesta Igreja em que ele nos colocou .Quem quiser odiar, agredir e ofender sua Igreja mãe porque ela não disse nem fez tudo o que ele esperava será como o filho que procura outra identidade , e vai embora procurar outra mãe porque a mãe da qual ele nasceu lhe parece errada. É difícil crer que esse filho seja tão santo que possa trocar de mãe sem conseqüências . Isso mexe com identidade . Cristo no catolicismo ou numa outra igreja ? A escolha é fundamental e só pode ser feita na serenidade. Os que proclama sua identidade às custas de mentiras ou agressões contra a outra igreja perdem a moral . Os que estabelecem sua escolha porque realmente acreditam no Espirito Santo de Deus, aprendem a respeitar o mesmo Espirito que arranca o que divide e que aproxima até os inimigos . Descobrem que são quem são por graça de Deus e que os outros são quem são por graça do mesmo Deus . Quem acha que ser cristão é uma graça e não o ser é uma desgraça , não entendeu Jesus .
Pe Zezinho scj
Pe Zezinho scj
15 de outubro de 2007
A Igreja contra as armas
Nas suas encíclicas sociais, Leão XIII. Pio XII, João XXIII, Paulo VI e João Paulo II deixam mais do que claro que nós católicos somos contra as armas. Milhões de pessoas foram mortas, expulsas de seus paises, massacradas e dizimas pela força das bombas ou pelo poder das armas. Raramente servem para a defesa, porque quem ataca o faz sabendo que pode mais ou contando com a traição e a surpresa. Na maioria dos casos ter armas é o mesmo que não ter. Serve para os povos, serve para os indivíduos.
A responsabilidade maior ficará sempre com quem atacou primeiro ou com quem matou e massacrou. Há o direito de defesa, mas não o direito de ataque. Quem dá o primeiro tiro acaba legitimando os tiros dos outros. Violência gera violência em espiral e em escala cada dia mais crescente.
O Brasil é um exemplo disso. De l990 e 2.000 , em apenas dez anos, 279.923 pessoas morreram vítimas de armas de fogo, que é sempre um instrumento de agressão, ainda que o chamemos de defesa. Paises em guerra perderam menos gente do que nós, para o crime ou para causas banais. Um aposentado de Araraquara, SP, 83 anos, com sinais de desequilíbrio, fere gravemente um rapaz que empinava uma pipa na rua, mas a pipa sobrevoava o seu quintal. Tinha uma arma de fogo. Adolescente de Mesquita RJ, 15 anos, é morto por amigo de 16 anos, que brincava de atirar, achando que a arma estava vazia. Seu pai tinha uma arma. Quatro PMs ficaram feridos, quando traficantes atiraram duas granadas sobre eles na Linha Amarela. Grupo invade churrasco em BH e mata 2 e fere 7 pessoas. ( OESP 26.07.2004) Diariamente os jornais, o rádio e a televisão nos informam que, por causa das facas ou das armas de fogo, de norte a sul do país, morreram mais cem ou duzentas pessoas no Brasil. Por isso chegamos á cifra de quase trezentos mil assassinatos em 10 anos. Acrescente-se a isso a violência no trânsito, as mortes por tóxicos, onde a violência está embutida, e teremos um quadro mais do que claro.
Quem tem armas, ou já matou, ou vai matar, ou vai morrer por causa delas. Ou nos transformam em vítimas ou assassinos. Poucos as usam em legítima defesa. Na maioria das vezes são usadas com ira, que , na maioria das vezes embotam o raciocínio.Nosso índice de mortes por armas de fogo é de 18,7 mortes por cem mil habitantes. Os Estados Unidos registram 10,5 mortes pelo mesmo número de habitantes. Nosso índice é 8,7 superior. Mas, lá se fabricam 3,2 milhões de armas por ano e, no Brasil, 200 mil. Isso quer dizer que, fabricando 3 milhões de armas a menos, o brasileiro mata 8,7 a mais do que lá. Conclusão: o brasileiro usa mais das suas armas. Isso derruba o mito de que somos um povo pacífico. Mata-se mais por aqui do que em paises onde os cidadãos possuem milhões de armas a mais do que nós.
Faz bem o Governo em combater duramente a posse ou o porte de armas. Não é tudo, mas é um bom começo. As Igrejas, as escolas, as famílias e os clubes de serviço devem fazer a outra parte: semear o respeito pelo outro ser humano. Armas, só para quem sabe e tem licença de usá-las em defesa do povo. Quem tem uma arma no campo ou na floresta, talvez a use contra animais violentos, mas, na cidade, sabe que vai usá-la ou contra um cão agressivo, ou contra pessoas, E nunca sabe se vai fazer a coisa certa. Na maioria das vezes, o problema poderia ser resolvido de outra forma. Acontece que ele se sentiu ameaçado e ofendido e capaz de resolver aquele assunto.
Ele tinha uma arma!
A responsabilidade maior ficará sempre com quem atacou primeiro ou com quem matou e massacrou. Há o direito de defesa, mas não o direito de ataque. Quem dá o primeiro tiro acaba legitimando os tiros dos outros. Violência gera violência em espiral e em escala cada dia mais crescente.
O Brasil é um exemplo disso. De l990 e 2.000 , em apenas dez anos, 279.923 pessoas morreram vítimas de armas de fogo, que é sempre um instrumento de agressão, ainda que o chamemos de defesa. Paises em guerra perderam menos gente do que nós, para o crime ou para causas banais. Um aposentado de Araraquara, SP, 83 anos, com sinais de desequilíbrio, fere gravemente um rapaz que empinava uma pipa na rua, mas a pipa sobrevoava o seu quintal. Tinha uma arma de fogo. Adolescente de Mesquita RJ, 15 anos, é morto por amigo de 16 anos, que brincava de atirar, achando que a arma estava vazia. Seu pai tinha uma arma. Quatro PMs ficaram feridos, quando traficantes atiraram duas granadas sobre eles na Linha Amarela. Grupo invade churrasco em BH e mata 2 e fere 7 pessoas. ( OESP 26.07.2004) Diariamente os jornais, o rádio e a televisão nos informam que, por causa das facas ou das armas de fogo, de norte a sul do país, morreram mais cem ou duzentas pessoas no Brasil. Por isso chegamos á cifra de quase trezentos mil assassinatos em 10 anos. Acrescente-se a isso a violência no trânsito, as mortes por tóxicos, onde a violência está embutida, e teremos um quadro mais do que claro.
Quem tem armas, ou já matou, ou vai matar, ou vai morrer por causa delas. Ou nos transformam em vítimas ou assassinos. Poucos as usam em legítima defesa. Na maioria das vezes são usadas com ira, que , na maioria das vezes embotam o raciocínio.Nosso índice de mortes por armas de fogo é de 18,7 mortes por cem mil habitantes. Os Estados Unidos registram 10,5 mortes pelo mesmo número de habitantes. Nosso índice é 8,7 superior. Mas, lá se fabricam 3,2 milhões de armas por ano e, no Brasil, 200 mil. Isso quer dizer que, fabricando 3 milhões de armas a menos, o brasileiro mata 8,7 a mais do que lá. Conclusão: o brasileiro usa mais das suas armas. Isso derruba o mito de que somos um povo pacífico. Mata-se mais por aqui do que em paises onde os cidadãos possuem milhões de armas a mais do que nós.
Faz bem o Governo em combater duramente a posse ou o porte de armas. Não é tudo, mas é um bom começo. As Igrejas, as escolas, as famílias e os clubes de serviço devem fazer a outra parte: semear o respeito pelo outro ser humano. Armas, só para quem sabe e tem licença de usá-las em defesa do povo. Quem tem uma arma no campo ou na floresta, talvez a use contra animais violentos, mas, na cidade, sabe que vai usá-la ou contra um cão agressivo, ou contra pessoas, E nunca sabe se vai fazer a coisa certa. Na maioria das vezes, o problema poderia ser resolvido de outra forma. Acontece que ele se sentiu ameaçado e ofendido e capaz de resolver aquele assunto.
Ele tinha uma arma!
3 de outubro de 2007
Bom ambiente e bom exemplo
O que levou o cardeal Ratzinger, hoje papa Bento XVI, a pensar no sacerdócio foi, segundo diz ele no livro “Sal da Terra” o que ele viu. Sua família era de missa dominical e seu pai, aos domingos, assistia a três missas. Orava-se em casa e, nas horas de lazer, cantava-se em família. Afirma, também, que uma vez quis ser pintor, ao ver o trabalho cuidadoso e bonito de um pintor que ele admirava. Mas como gostava de liturgia e daquelas coisas solenes da sua paróquia, sua vocação foi altamente motivada, quando um cardeal famoso passou por lá e ele viu a festa e o rito da fé. Diz o papa que crianças são motivadas por exemplos e pelo que elas vêem.
Realmente nunca saberemos até onde vai a mensagem, quando ela é profunda. Vai longe. Se for deletéria, também! Mas o bom exemplo faz mais. Deixa marcas mais profundas. Errar, todo mundo erra e, por sermos humanos, pode acontecer que demos muitos bons exemplos e algum dia, algum mau exemplo nosso fira muita gente. Ninguém está isento disso.
A palavra de Deus nos diz que devemos orar para não cair em tentação (Mt.26,41) e que quem está em pé deve cuidar para não cair.( 1 Cor 10,12 ) Escorregões acontecem com qualquer pessoa. Pedro tinha certeza de que jamais trairia Jesus e o traiu.( Mt 26,33) mas, depois, deu exemplo de contrição e arrependimento.
O bom exemplo pode vir de uma vida ilibada e irrepreensível ou de uma vida de penitência e de caridade. As pessoas precisam saber do bem que alguém fez ou faz, mesmo que tal pessoa tenha errado aqui e acolá. Não há santos perfeitos. Só Deus o é. Mas, ainda que limitados os santos deram exemplo de vida.
Oremos para que as famílias, ainda que imperfeitas, dêem o melhor exemplo que puderem. Com elas nós que anunciamos Jesus. Se errarmos, que Deus nos restaure. O provo precisará de nosso exemplo na hora do acerto e também na hora da penitência. Pedro é modelo desse exemplo. Acertou e errou. Mas sua vida mostrou que era maior do que o seu erro. A Igreja viu o seu erro e também a sua virtude. A virtude foi maior. Ele realmente amava Jesus! Ficou o seu amor e não a sua negação. Sirva isso de consolo a quem já errou alguma vez. Vale o acervo de bondade, não aqueles erros daqueles dias!
Realmente nunca saberemos até onde vai a mensagem, quando ela é profunda. Vai longe. Se for deletéria, também! Mas o bom exemplo faz mais. Deixa marcas mais profundas. Errar, todo mundo erra e, por sermos humanos, pode acontecer que demos muitos bons exemplos e algum dia, algum mau exemplo nosso fira muita gente. Ninguém está isento disso.
A palavra de Deus nos diz que devemos orar para não cair em tentação (Mt.26,41) e que quem está em pé deve cuidar para não cair.( 1 Cor 10,12 ) Escorregões acontecem com qualquer pessoa. Pedro tinha certeza de que jamais trairia Jesus e o traiu.( Mt 26,33) mas, depois, deu exemplo de contrição e arrependimento.
O bom exemplo pode vir de uma vida ilibada e irrepreensível ou de uma vida de penitência e de caridade. As pessoas precisam saber do bem que alguém fez ou faz, mesmo que tal pessoa tenha errado aqui e acolá. Não há santos perfeitos. Só Deus o é. Mas, ainda que limitados os santos deram exemplo de vida.
Oremos para que as famílias, ainda que imperfeitas, dêem o melhor exemplo que puderem. Com elas nós que anunciamos Jesus. Se errarmos, que Deus nos restaure. O provo precisará de nosso exemplo na hora do acerto e também na hora da penitência. Pedro é modelo desse exemplo. Acertou e errou. Mas sua vida mostrou que era maior do que o seu erro. A Igreja viu o seu erro e também a sua virtude. A virtude foi maior. Ele realmente amava Jesus! Ficou o seu amor e não a sua negação. Sirva isso de consolo a quem já errou alguma vez. Vale o acervo de bondade, não aqueles erros daqueles dias!
28 de setembro de 2007
Vencer e perder em Cristo
Existe uma teologia da vitória, uma teologia da conquista e uma teologia da partilha. São modos de ver a ação de Deus numa comunidade. Modos certos e modos errados, porque também há teologias erradas. Leitura confusa!
Muitos adeptos da teologia da vitória se acham no direito de invadir outro povo, outra cultura, outras terras e lá, mandar, apossar-se e determinar o rumo daquela gente por achar que Deus lhe deu esta missão. Os certos são eles. Eles são a luz do mundo. Acham que Jesus disse aquilo para sua igreja e para o seu país. Deus quer que eles sejam número um em tudo. O mundo é deles. Foi isso que levou dois pregadores pentecostais de São Paulo a entrarem sem licença no Santuário Católico de São Judas e lá num momento de descuido dos padres, pregarem para os presentes como se tivessem esse direito. Tudo errado! O adepto da teologia da conquista admite que ainda é pequeno, mas o seu grupo é o eleito. Um dia o mundo todo vai orar, louvar e cantar e viver como eles. Seus templos encherão a face da terra. Um dia, eles ocuparão o primeiro lugar, porque são fiéis e Deus é fiel. O mundo ainda será deles. Acham que podem invadir o rebanho do outro, na convicção de que o outro não cuida bem daquelas ovelhas. Então elas são deles.
Os adeptos da teologia da partilha querem ser irmãos de todos, principalmente de quem mais precisa. Não se acham superiores a ninguém, nem querem o primeiro lugar, nem dizem que o mundo será como eles o imaginam e querem. Mantêm as suas convicções, mas sabem discordar sem perder o respeito. Nunca invadem templos nem terras dos outros. Entram tímidos pedindo diálogo. Aceitam aprender. São sempre ecumênicos que é uma das partilhas mais profundas que se possa imaginar: a da fé. Entendem que o mundo é de Deus, mas para todos e nunca será apenas dos que oram, dançam e pensam como eles. Deus lhes deu a graça de amar até os seus inimigos e os que desejam prejudicá-los Não estão em busca da vitória, mas do diálogo fraterno. Querem apenas um lugar ao lado do seu povo e dos outros povos. Deus determinará ao tamanho do lugar. Nunca se dizem mais fiéis, mais santos ou mais eleitos. Querem apenas ser santos e fraternos. Qual dessas teologias é a mais cristã? Que bom se todos os irmãos de todas as igrejas soubessem qual a resposta! A que sabe perder e vencer sem deixar de amar em Cristo!
Muitos adeptos da teologia da vitória se acham no direito de invadir outro povo, outra cultura, outras terras e lá, mandar, apossar-se e determinar o rumo daquela gente por achar que Deus lhe deu esta missão. Os certos são eles. Eles são a luz do mundo. Acham que Jesus disse aquilo para sua igreja e para o seu país. Deus quer que eles sejam número um em tudo. O mundo é deles. Foi isso que levou dois pregadores pentecostais de São Paulo a entrarem sem licença no Santuário Católico de São Judas e lá num momento de descuido dos padres, pregarem para os presentes como se tivessem esse direito. Tudo errado! O adepto da teologia da conquista admite que ainda é pequeno, mas o seu grupo é o eleito. Um dia o mundo todo vai orar, louvar e cantar e viver como eles. Seus templos encherão a face da terra. Um dia, eles ocuparão o primeiro lugar, porque são fiéis e Deus é fiel. O mundo ainda será deles. Acham que podem invadir o rebanho do outro, na convicção de que o outro não cuida bem daquelas ovelhas. Então elas são deles.
Os adeptos da teologia da partilha querem ser irmãos de todos, principalmente de quem mais precisa. Não se acham superiores a ninguém, nem querem o primeiro lugar, nem dizem que o mundo será como eles o imaginam e querem. Mantêm as suas convicções, mas sabem discordar sem perder o respeito. Nunca invadem templos nem terras dos outros. Entram tímidos pedindo diálogo. Aceitam aprender. São sempre ecumênicos que é uma das partilhas mais profundas que se possa imaginar: a da fé. Entendem que o mundo é de Deus, mas para todos e nunca será apenas dos que oram, dançam e pensam como eles. Deus lhes deu a graça de amar até os seus inimigos e os que desejam prejudicá-los Não estão em busca da vitória, mas do diálogo fraterno. Querem apenas um lugar ao lado do seu povo e dos outros povos. Deus determinará ao tamanho do lugar. Nunca se dizem mais fiéis, mais santos ou mais eleitos. Querem apenas ser santos e fraternos. Qual dessas teologias é a mais cristã? Que bom se todos os irmãos de todas as igrejas soubessem qual a resposta! A que sabe perder e vencer sem deixar de amar em Cristo!
18 de setembro de 2007
Igreja verdadeira
Um livro pode conter verdades e nem por isso ser verdadeiro. As outras passagens podem estar cheias de mentiras. Um locutor de rádio ou um cantor pode dizer algumas palavras em inglês e nem por isso pode afirmar que sabe inglês. O marketing contém verdades e nem por isso é verdadeiro. Se a equipe exaltar demais o produto de quem a contratou e se diminuir o produto concorrente, provavelmente estará mentindo.
Uma igreja pode conter verdades e nem por isso ser verdadeira. Se falsear os números, se omitir as passagens do livro santo que podem ir contra a sua pregação, se citar apenas as que lhe interessa, se mudar o sentido dos textos sempre a seu favor, se anunciar milagres sem submetê-los a exame acurado dos médicos e de outras cabeças, se encherem os fiéis de medo e de culpas, ou de falsa certeza, se ensinarem que a eles estão reservados os primeiros lugares aqui e na eternidade, podem até parecer verdadeiras, mas não são.
A Bíblia é um livro de verdades e, além disso, revela-se verdadeiro. Mostra o lado bom e o lado mau, os acertos e os erros da maioria dos seus personagens. Não faz marketing enganador ou maravilhoso de nenhum deles. Abraão, Sara, Agar, Isaque, Jacó, os filhos de Jacó, Rebeca, Moisés, Elias, os profetas, os reis, os apóstolos, de todos eles a Bíblia conta o lado bom e algum lado obscuro. Ou mandaram matar, ou se descontrolaram, ou puxaram mais para um do que para outro filho, ou mentiram para conseguir seus objetivos, ou se vingaram de maneira brutal, ou faltaram à palavra dada, ou quiseram ser mais do que os outros... Quem lê a Bíblia sabe disso.
Por isso, mostrar só o lado bom da nossa igreja e ocultar os pecados dos nossos, enquanto quase nos deliciamos em mostrar os pecados dos membros da outra igreja; mostrar em fotos e letras garrafais no jornal da nossa igreja os pecados de alguém da outra e nem mencionar a noticia de que um membro da nossa assassinou o colega num dos nossos templos é viver da mentira.
O que seria uma comunidade cristã verdadeira? Uma que faz mais do que contar algumas verdades. Uma que não faz uso da mentira para atingir os seus objetivos. O pregador que chamou a jovem para anunciar-se curada de um câncer naquele encontro de domingo e lhe deu três minutos ao microfone, mas negou-lhe, três meses depois, o acesso ao mesmo microfone para dizer que não tinha sido curada e pode pedir mais orações, mostrou de que lado está. O fiel pode anunciar que sua prece conseguiu o milagre, mas não pode anunciar que não o conseguiu! Seu microfone só vai à boca de quem mostra as maravilhas da sua igreja... Nesta busca desenfreada por novos testemunhos a meia verdade acontece mais do que imaginamos!
Pe. Zezinho scj
Uma igreja pode conter verdades e nem por isso ser verdadeira. Se falsear os números, se omitir as passagens do livro santo que podem ir contra a sua pregação, se citar apenas as que lhe interessa, se mudar o sentido dos textos sempre a seu favor, se anunciar milagres sem submetê-los a exame acurado dos médicos e de outras cabeças, se encherem os fiéis de medo e de culpas, ou de falsa certeza, se ensinarem que a eles estão reservados os primeiros lugares aqui e na eternidade, podem até parecer verdadeiras, mas não são.
A Bíblia é um livro de verdades e, além disso, revela-se verdadeiro. Mostra o lado bom e o lado mau, os acertos e os erros da maioria dos seus personagens. Não faz marketing enganador ou maravilhoso de nenhum deles. Abraão, Sara, Agar, Isaque, Jacó, os filhos de Jacó, Rebeca, Moisés, Elias, os profetas, os reis, os apóstolos, de todos eles a Bíblia conta o lado bom e algum lado obscuro. Ou mandaram matar, ou se descontrolaram, ou puxaram mais para um do que para outro filho, ou mentiram para conseguir seus objetivos, ou se vingaram de maneira brutal, ou faltaram à palavra dada, ou quiseram ser mais do que os outros... Quem lê a Bíblia sabe disso.
Por isso, mostrar só o lado bom da nossa igreja e ocultar os pecados dos nossos, enquanto quase nos deliciamos em mostrar os pecados dos membros da outra igreja; mostrar em fotos e letras garrafais no jornal da nossa igreja os pecados de alguém da outra e nem mencionar a noticia de que um membro da nossa assassinou o colega num dos nossos templos é viver da mentira.
O que seria uma comunidade cristã verdadeira? Uma que faz mais do que contar algumas verdades. Uma que não faz uso da mentira para atingir os seus objetivos. O pregador que chamou a jovem para anunciar-se curada de um câncer naquele encontro de domingo e lhe deu três minutos ao microfone, mas negou-lhe, três meses depois, o acesso ao mesmo microfone para dizer que não tinha sido curada e pode pedir mais orações, mostrou de que lado está. O fiel pode anunciar que sua prece conseguiu o milagre, mas não pode anunciar que não o conseguiu! Seu microfone só vai à boca de quem mostra as maravilhas da sua igreja... Nesta busca desenfreada por novos testemunhos a meia verdade acontece mais do que imaginamos!
Pe. Zezinho scj
12 de setembro de 2007
Não adoro cruzes
Ele era de outra igreja e apostrofou-me à queima roupa:
- Você adora ou não adora cruzes? Sua Igreja até reza isso na semana santa!
Olhei com calma e disse:
-Se prometer não me interromper, eu explico.- Prometeu. Então eu lhe disse:
- Você tem carinho especial pela sua Bíblia. É justo que tenha. Aprende nela! Eu aprendo com a Bíblia e com a cruz. Esta cruz pequena aqui no meu peito eu não adoro, nem aquele enorme cruzeiro lá no morro, nem cruzes nas salas ou nas torres de igreja. São obras de marceneiros, carpinteiros e artesãos. Eu não poderia adorá-las porque são apenas objetos de devoção. Elas lembram Jesus mas Jesus não está nelas.
Mas, como você diz que adora Jesus, e que o sangue de Jesus tem poder e por isso mesmo adora Jesus entenderá que aquela cruz na qual ele morreu tornou-se especial. Eu nunca cheguei perto dela ou do que dizem que ainda existe dela. Então, eu recorro a símbolos. Aquela cruz única empapada com o sangue redentor do Cristo foi madeiro santificado. Se eu chegasse perto de um pedaço dela eu o beijaria com a maior reverência, em memória do sangue que escorreu por aquele lenho. Ao adorar aquele sangue do meu Senhor misturado ao lenho onde ele morreu eu estaria, sim, adorando tudo o que teve a ver com a morte dele por nós.
Quando digo que adoro a santa cruz não falo desta aqui, nem dos milhões de cruzinhas espalhadas pelo mundo. Estou pensando naquele sangue derramado numa delas e naquela cruz especial que foi testemunha do maior amor do mundo. Esta aqui que você vê no meu peito não teve o sangue dele a escorrer por ela. É simbólica e é sinal de gratidão. Esta eu reverencio porque aponta para a outra e para quem morreu na outra. A outra que eu nunca vi eu venero de maneira muito especial. Gostaria de chegar perto, ao menos da parte que dizem que restou dela! Se você soubesse que ainda existe o rolo da lei que Jesus leu e logo após anunciou sua missão, como você o trataria? Como um documento qualquer?
Olhou-me assombrado e disse: - Faz sentido! Você ama a cruz de Cristo porque ama o Cristo. Nós dois amamos a Palavra de Deus porque amamos a Deus!
De vez em quando, havendo tempo, a gente toma um café ecumênico na padaria de um senhor espírita...
Pe. Zezinho scj
- Você adora ou não adora cruzes? Sua Igreja até reza isso na semana santa!
Olhei com calma e disse:
-Se prometer não me interromper, eu explico.- Prometeu. Então eu lhe disse:
- Você tem carinho especial pela sua Bíblia. É justo que tenha. Aprende nela! Eu aprendo com a Bíblia e com a cruz. Esta cruz pequena aqui no meu peito eu não adoro, nem aquele enorme cruzeiro lá no morro, nem cruzes nas salas ou nas torres de igreja. São obras de marceneiros, carpinteiros e artesãos. Eu não poderia adorá-las porque são apenas objetos de devoção. Elas lembram Jesus mas Jesus não está nelas.
Mas, como você diz que adora Jesus, e que o sangue de Jesus tem poder e por isso mesmo adora Jesus entenderá que aquela cruz na qual ele morreu tornou-se especial. Eu nunca cheguei perto dela ou do que dizem que ainda existe dela. Então, eu recorro a símbolos. Aquela cruz única empapada com o sangue redentor do Cristo foi madeiro santificado. Se eu chegasse perto de um pedaço dela eu o beijaria com a maior reverência, em memória do sangue que escorreu por aquele lenho. Ao adorar aquele sangue do meu Senhor misturado ao lenho onde ele morreu eu estaria, sim, adorando tudo o que teve a ver com a morte dele por nós.
Quando digo que adoro a santa cruz não falo desta aqui, nem dos milhões de cruzinhas espalhadas pelo mundo. Estou pensando naquele sangue derramado numa delas e naquela cruz especial que foi testemunha do maior amor do mundo. Esta aqui que você vê no meu peito não teve o sangue dele a escorrer por ela. É simbólica e é sinal de gratidão. Esta eu reverencio porque aponta para a outra e para quem morreu na outra. A outra que eu nunca vi eu venero de maneira muito especial. Gostaria de chegar perto, ao menos da parte que dizem que restou dela! Se você soubesse que ainda existe o rolo da lei que Jesus leu e logo após anunciou sua missão, como você o trataria? Como um documento qualquer?
Olhou-me assombrado e disse: - Faz sentido! Você ama a cruz de Cristo porque ama o Cristo. Nós dois amamos a Palavra de Deus porque amamos a Deus!
De vez em quando, havendo tempo, a gente toma um café ecumênico na padaria de um senhor espírita...
Pe. Zezinho scj
7 de setembro de 2007
Tumores e embriões
O que está se formando dentro daquela mulher não é um tumor: é um embrião, não é um carcinoma, é um feto. Mais do que isso: o que se forma naquele útero não é apenas um embrião ou apenas feto, é filho embrião, filho feto. Não existe embrião ou feto que já não seja filho.
Quando, pois, alguém vota em favor do seu fim, votou em favor do fim de um filho. Não é um tumor, um excesso a ser expelido. É um filho já concebido. Ainda não cresceu o suficiente para viver fora da mãe, mas aquela mulher já é mãe. Mulheres não se tornam mães apenas na hora do parto. Nem um filho se torna filho apenas na hora do primeiro choro. E quem forneceu o espermatozóide para fecundar aquele óvulo já é pai, porque seu espermatozóide ao encontrar aquele óvulo por causa daquele encontro agora faz parte de um pequeníssimo novo ser em gestação. O espermatozóide o óvulo lhes pertenciam, mas o novo ser não lhes pertence. Se não sair de maneira natural não pode ser extraído. Ninguém é dono da vida do outro e aquele ser já é um outro que de ambos veio.
Por isso rejeitamos a idéia e a prática do aborto. É a morte de um ser humano em formação. Podemos até matar botões de rosa, mas não o botão de um ser humano que, diferente do botão de rosa, não está fora, está dentro da mãe.
O verbo é extrair. No caso do embrião ou do feto vivo extrair é impedir que ele se desenvolva e impedir que ele se desenvolva é matar. Neste país a ninguém é permitido matar um ser humano. Até quem mata ou maltrata um animal, a depender da circunstância, se pune com meses de cadeia. A punição é mais pesada quanto mais raro o animal destruído.
Agora, alguns brasileiros pressionam por uma lei que declare que o embrião ou o feto ainda não é um ser humano, mesmo que já tenha um coração. Querem que o governo e o congresso decidam que não é crime tratar um filho embrião ou filho feto como se fosse um carcinoma. Chegou na hora errada, já está incomodando e vai atrapalhar a vida do casal que não tinha planos para mais este ser humano na sua casa. Querem cortar o inconveniente pela raiz. Querem o direito de se amar como quiserem, gerar quando quiserem e se gerarem sem querer, querem o direito de não ter que dar o seu filho à luz . Querem pois que o Estado autorize um médico e matar o seu fruto ainda não dado à luz. Para muitos, era melhor não ter que fazê-lo, mas ter o filho seria pior.
Então decidem que não é filho: é só um feto.
Pe. Zezinho scj - padrezezinhoscj.com
Quando, pois, alguém vota em favor do seu fim, votou em favor do fim de um filho. Não é um tumor, um excesso a ser expelido. É um filho já concebido. Ainda não cresceu o suficiente para viver fora da mãe, mas aquela mulher já é mãe. Mulheres não se tornam mães apenas na hora do parto. Nem um filho se torna filho apenas na hora do primeiro choro. E quem forneceu o espermatozóide para fecundar aquele óvulo já é pai, porque seu espermatozóide ao encontrar aquele óvulo por causa daquele encontro agora faz parte de um pequeníssimo novo ser em gestação. O espermatozóide o óvulo lhes pertenciam, mas o novo ser não lhes pertence. Se não sair de maneira natural não pode ser extraído. Ninguém é dono da vida do outro e aquele ser já é um outro que de ambos veio.
Por isso rejeitamos a idéia e a prática do aborto. É a morte de um ser humano em formação. Podemos até matar botões de rosa, mas não o botão de um ser humano que, diferente do botão de rosa, não está fora, está dentro da mãe.
O verbo é extrair. No caso do embrião ou do feto vivo extrair é impedir que ele se desenvolva e impedir que ele se desenvolva é matar. Neste país a ninguém é permitido matar um ser humano. Até quem mata ou maltrata um animal, a depender da circunstância, se pune com meses de cadeia. A punição é mais pesada quanto mais raro o animal destruído.
Agora, alguns brasileiros pressionam por uma lei que declare que o embrião ou o feto ainda não é um ser humano, mesmo que já tenha um coração. Querem que o governo e o congresso decidam que não é crime tratar um filho embrião ou filho feto como se fosse um carcinoma. Chegou na hora errada, já está incomodando e vai atrapalhar a vida do casal que não tinha planos para mais este ser humano na sua casa. Querem cortar o inconveniente pela raiz. Querem o direito de se amar como quiserem, gerar quando quiserem e se gerarem sem querer, querem o direito de não ter que dar o seu filho à luz . Querem pois que o Estado autorize um médico e matar o seu fruto ainda não dado à luz. Para muitos, era melhor não ter que fazê-lo, mas ter o filho seria pior.
Então decidem que não é filho: é só um feto.
Pe. Zezinho scj - padrezezinhoscj.com
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