28 de maio de 2008

Pró e contra o embrião humano

Quando o noticiário das 8h mostrou duzentas pessoas se abraçando em defesa dos enfermos com doenças degenerativas, mas não mostrou 10 mil da semana anterior orando e discursando em defesa do embrião; quando mostrou o doente na cadeira de rodas pedindo a liberação do uso das células tronco de embriões, mas não mostrou o embrião sacrificado; quando outra vez mostrou as lágrimas de uma senhora que pedia em nome do seu filho enfermo o direito á pesquisa na qual o embrião humano morre, e, a seguir, apenas falou dos bispos reunidos que condenam tais experiências, mas não entrevistou nenhum deles, aquela mídia prestou um desserviço: salientou a dor de quem quer a busca de uma solução para os seus enfermos, mas não mostrou a palavra de quem também quer a busca de uma solução para os enfermos, mas não à custa da morte de um embrião humano.

Quem editou a reportagem deixou claro de que lado estava: não foi imparcial. Assim, os que buscam um caminho de solução para os seus enfermos, ainda que causando a morte de embriões, parecem vítimas inocentes, enquanto os que também querem soluções, mas não com a morte de embriões humanos parecem algozes, insensíveis e maus. Falam de nós como se também não tivéssemos enfermos em algumas de nossas casas.

Eles são as vítimas porque procuram ajudar algum doente adulto, mas admitindo a morte de uma vida humana menor do que uma unha, enquanto nós parecemos carrascos porque propomos outras maneiras de pesquisar com células-tronco, sem eliminar uma vida. Somos apontados como cruéis porque defendemos a vida do pequeníssimo ser humano já concebido.
Apontam-nos como culpados por defender uma vida menor do que uma cabeça de alfinete ou uma unha, mas vida humana; culpados por querer outra solução na utilização das células-tronco, solução que já se vai descobrindo, culpados por não ceder na defesa da vida humana já concebida e do óvulo humano já fertilizado. Culpam-nos por imaginar este ser crescido e adulto a agradecer os juizes, os congressistas, os médicos, os pais e os religiosos que lutaram por ele, quando ele era apenas um ser nos primeiros dias de formação, mas alguns já queriam sua morte para que outros vivessem.

Culpem todos religiosos de todas as igrejas que acreditam na alma, no embrião, no feto e no futuro. É isso o que supostamente uma religião deve fazer. Nós não culpamos quem quer uma solução rápida para os seus enfermos, mas achamos que não se pode seguir pelo caminho da morte do embrião. Se o enfermo tem o direito às pesquisas, o embrião humano tem o direito à vida e ao futuro.

Quanto ao embrião que não teria futuro, porque foi congelado, eles querem livre acesso a ele. E nós dizemos que se o querem é porque tem vida. Se ele tem que morrer, então somos contra. Então nos brindam com adjetivos nada agradáveis. Nós que também temos enfermos, eu que tive pai e parentes com doença degenerativa, talvez não mereçamos tais adjetivos.

Se eles são apenas seres humanos cheios de compaixão, que desejam vida melhor para os seus enfermos, nós também temos compaixão dos enfermos deles e dos nossos, porque também temos hospitais e somos milhares que vão lá minorar as dores alheias. Acontece que a nossa compaixão também se estende ao embrião que ainda não fala, mas pode falar daqui a dois anos!
Aplica-se a compaixão para com quem não anda ou não viveria muito tempo sem as pesquisas e as possíveis soluções do uso do embrião, e não se mostra nenhuma compaixão para com o embrião que pode ser alguém como nós? Falam do embrião marginal, o que nunca será um ser humano porque os pais não o querem e seu óvulo fertilizado que virou embrião está guardado numa clínica. Querem o direito de usá-lo. Seguindo a lógica, o que farão com os anciãos de asilos nos últimos dias de vida e com os pobres que dormem debaixo de viadutos? Parece que também ninguém os quer... Não quererão também usá-los para pesquisa, já que foram abandonados ali? Estamos falando de cura ou de eugenia? O ser humano tido como inferior deve ajudar o ser humano superior ferido? É assim que se faz uma sociedade sadia? São perguntas incômodas nascidas da guerra pró e contra o uso do embrião humano! Mas precisam ser feitas!

Pe Zezinho scj

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