Amor sacramento
Existem amores que são sacramentos.
O batismo, a crisma, a penitência, a eucaristia, a unção dos enfermos, o sacerdócio, o matrimônio por amor ao reino de Deus são sinais e sacramentos. Havendo amor e a intenção de vivê-lo em função de outros que passarem por nossa vida ou que virão de nosso afeto, conscientes de que tudo isso é dom de Deus, haverá um sacramento. Terá o selo do santo e do sagrado. Muitos desses atos podem ser sinais de Deus, mas assim mesmo é possível alguém não vivê-los como sacramento. Ou falta fé, ou conhecimento ou vontade de testemunhar a graça de Deus em nós. Amor sem sacramento. Muitos pais se casaram direitinho, no papel e na Igreja, testemunhando que o seu amor vinha de Deus e a Deus levava e que eles o queriam oferecer á Igreja e ao mundo, na família que agora começavam. Hoje andam perplexos. A moral mudou muito. Sua filha mantém um longo romance de muitos anos com um rapaz e com relacionamento íntimo, mas nem um nem outro querem o sacramento na Igreja. Seu filho mora com uma mulher divorciada, mas nenhum dos dois quer casamento na Igreja. Os dois não acreditam em sacramento. Dizem que se amam, mas não querem servir de testemunhas e modelos para nada nem ninguém. Não querem testemunhas. Se der certo, que no futuro alguém aprenda com eles. Mas testemunhar e jurar amor eterno e ainda por cima, consagrar seu amor á Igreja, não! Não crêem o suficiente na Igreja para lhe permitir que opine sobre o seu casamento. É assunto só deles.
Sacramento sem amor
E há o outro casal. Fez tudo segundo o figurino. Festa de arromba. Lua de mel em Punta Del Este. Veio o bebê. Outra festa! Foi tudo foi bem até que começaram as queixas e os beijos ficaram raros. O entusiasmo acabou. Vivem na mesma casa, mas de maneira morna e sem alma. Podia ter crescido como sacramento, mas não cresceu. A relação estagnou. Ele não mais a vê como o amor da sua vida, custa a elogiá-la. Ela diz que, se a coisa continuar assim, vai se divorciar. Há amores sacramentos, amores sem sacramento e sacramentos sem amor. Se o amor não é sagrado fica muito mais difícil vivê-lo, porque nem tudo e nem todos os que amamos são agradáveis. Não amamos o outro só porque ele nos agrada, mas agradamos o outro porque o amamos. O sacramento passa pelo agrado, mas tem mais a ver com o agradar do que com o agradar-se. Se entendermos isso, entenderemos o sacramento. Mas, se para uma relação virar sacramento tem que ser exatamente do jeito que encomendamos, então não vai virar nunca! É que o amor tem seus deleites, e as pessoas os seus defeitos!... Ou levamos a laranja com a doçura que ela tem ou não haverá laranjada.
Felizes os que sabem para que serve o açúcar mascavo!
Pe Zezinho scj
15 de agosto de 2008
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