Os acontecimentos dos últimos anos, por serem mais gritantes e agora mais abertamente discutidos, trazem de novo à discussão o papel dos políticos que pediram o voto do povo. Fiéis ao partido que lhes deu uma legenda ou fiéis ao povo que os elegeu, certamente não por causa do partido? Que conceito tem o povo brasileiro de partido, político e representante? Quem realmente nos representa? Um partido ou uma pessoa? Porque votamos e em quem realmente votamos? Na pessoa e suas idéias ou no partido e suas idéias. Antes que isso fique claro é difícil falar em reforma política no Brasil.
O povo quer democracia e quer partidos, mas o comportamento dos indivíduos e dos partidos não tem convencido a população, que não se sente respeitada e representada no Congresso. Os partidos não punem quem o povo puniu ou quem o povo quer ver fora de lá. Dizem isso os próprios congressistas que admitem ser culpa dos partidos acolher e apresentar pessoas inidôneas e até com crimes no seu currículo, para a decisão do povo que não sabe o suficiente sobre aquele candidato. Acrescente-se o fato de que, se o povo quer votar em alguém com extensa ficha de acusações e condenações sempre contornadas, cabe aos partidos da decisão de não acolher pessoas tão visadas, ainda que inocentes fossem. Política sob graves suspeitas nunca deu certo. Democracia sem credibilidade ou com excessiva credulidade acaba em derrocada.
Dos católicos se espera que tenham recebido suficiente catequese ou para votar direito, ou para se eleger direito e lá representar com honestidade o seu povo. Nem os bispos nem os padres podem criar currais eleitorais como se vê em algumas igrejas ou já se viu entre nós no passado, mas há princípios, dos quais um eleitor ou um candidato jamais poderiam arredar o pé. Não se pode exigir que um católico vote em alguém só porque é católico ou por ser deste ou daquele movimento de igreja, mas pode-se pedir que não vote em alguém que não viva os princípios fundamentais de família e de trato da coisa pública seja ele católico ou não. Queremos muitos católicos lá no congresso e na política local, mas queremos que eles sejam pessoas honestas. Como saber isso? Prestando atenção na vida deles, nos noticiários, no que eles dizem e no que deles se diz anos a fio. Podem até ser inocentes, mas se não conseguem provar isso por anos a fio, é inconveniente eleger alguém que gera tantas dúvidas.
Pe Zezinho scj
18 de agosto de 2008
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