Era uma vez um homem que experimentou uma tangerina colhida no pé do pomar de um vizinho. Achou-a ácida, azeda demais. Dois dias depois espalhou que as tangerinas do pomar do seu vizinho eram ácidas e azedas. Experimentou uma tangerina do pomar de um amigo e gostou muito dela. Achou-a doce. E saiu espalhando que as tangerinas do pomar do seu amigo eram doces e as do pomar do vizinho eram azedas. Generalizou. As pessoas começaram a contradizê-lo. Disseram que haviam provado as tangerinas dos dois pomares e o sabor da maioria delas, era igual.
Uma ou outra árvore dos dois pomares tinha tangerina azeda, mas que não era justo generalizar. Ele, porém, continuou generalizando e espalhando que as tangerinas do pomar do seu amigo eram todas doces, e as tangerinas do seu adversário eram todas azedas porque ele experimentava uma de cada pomar. Mandaram que experimentasse mais. Ele não quis. Bastou term provado uma. Cinco anos depois ele tornou-se pregador de uma nova igreja no seu bairro. Agora faz com as igrejas o mesmo que fez com a tangerinas. Quando ele gosta de uma igreja, garante que tudo o que vem dela é santo.
Quando não gosta, garante que lá tudo é do demônio. Vai morrer generalizando e incapaz de examinar caso por caso. Ele acha que quem viu um, viu todos e quem provou um provou todos. Os generalizadores costumam ter inteligência curta e paciência ainda mais curta. Afinal, porque continuar lendo um livro se ao lerem duas linhas eles já sabem tudo?
30 de junho de 2008
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